
Oi, eu sou a Darly ❤️
Sou maranhense, nascida na amada cidade de Zé Doca. A minha história com o crochê começou de um jeito que, na época, eu nem imaginava o quanto seria importante na minha vida.
Desde muito pequena, fui criada pela minha avó, para que eu pudesse estudar. Sempre fui uma aluna dedicada — nunca tirei nota vermelha, nunca fiquei de recuperação. Minha avó acreditava em mim, me incentivava todos os dias a ser alguém melhor, mesmo com todas as dificuldades. Nós vivíamos com muito pouco. Tinha dias que não havia carne nem peixe na mesa, mas o arroz nunca faltava, porque meu pai, agricultor e garimpeiro, sempre garantiu o essencial: arroz e farinha.
Minha avó era aposentada, meu avô já havia falecido, e a casa era cheia: eu, meus primos, e depois também meus irmãos, que vieram estudar. Mesmo com tantos desafios, eu tive uma infância muito feliz. Brincava na rua com as amigas, pulava elástico, jogava vôlei, brincava de pique-esconde, base, lata, amarelinha... Aquela infância raiz, cheia de vida!
Mas, com o tempo, minha avó começou a se preocupar com o quanto eu ficava na rua. Um dia, ela decidiu que eu precisava ocupar meu tempo com algo mais produtivo. Foi aí que ela me inscreveu num curso de crochê. Eu, teimosa, disse que "crochê era coisa de idoso" e que não queria ir. Mas minha avó foi firme: me levou mesmo assim.
No começo? Eu odiei. Passei três dias tentando aprender a corrente e nada de conseguir. Mas quando finalmente aprendi os primeiros pontos — correntinha, ponto alto, ponto baixo, ponto abacaxi — e comecei a ver uma peça tomando forma nas minhas mãos… eu me apaixonei. Fiz o curso inteiro, ganhei meu certificado e finalizei com um sapatinho de bebê. A partir dali, comecei a aceitar encomendas dos vizinhos: fazia varandas de rede, caminho de mesa, barras de pano de prato, fraldinhas, sapatinhos...
Mas a vida, às vezes, nos leva por outros caminhos.
Quando eu tinha 13 anos, minha avó faleceu. Foi um baque tão grande que eu nunca mais toquei numa agulha de crochê. Eu sabia fazer, mas não conseguia. Cresci, me mudei para São Paulo, empreendi em várias áreas — tive loja, vendi semijoias, fiz cursos, participei de eventos, mas... nunca me senti verdadeiramente conectada com nada daquilo.
Foi só em 2025, que tudo mudou. Estava fazendo um curso de vendas e indicação de livros, quando conheci o livro A Única Coisa. Ele falava sobre propósito, reconexão, sobre olhar para aquilo que a gente amava fazer quando era criança. E eu me lembrei:
Além de brincar, eu fazia crochê. Eu amava crochê.
Naquele momento, como se fosse um sinal, meu feed foi invadido por imagens de bolsas de crochê. No Instagram, TikTok, Facebook… Eu, que nunca tinha visto bolsas de crochê na vida — só roupas, biquínis, chapéus — me apaixonei. Era isso. O crochê tinha voltado para mim. Depois de 30 anos sem tocar numa agulha, eu voltei. Mas voltei diferente: com propósito, com força, com identidade.
E assim nasceu a Las Vert Crochê.
Um espaço onde eu uno técnica, arte e amor. Onde cada peça carrega história, identidade e um pedaço de mim.
Hoje, eu sei que crochê não é coisa de gente idosa. É coisa de quem tem alma. É resistência. É herança. É reconexão com o que a gente tem de mais bonito: nossas raízes.
Seja bem-vinda à minha história. 💛
E agora, faça parte dela também.